Além das soluções, a docente também contou exemplos práticos e atuais do uso da inteligência artificial e os riscos e oportunidades dessa automação
A chave para a sobrevivência e um design mais bem aplicado na oferta de serviços públicos, segundo a professora Jutta Treviranus, é a valorização das periferias. Palestrante da Semana de Inovação 2024, a professora da Universidade Pública de Artes de Toronto (Canadá) compartilhou a prática da aplicação do design inclusivo na superação dos desafios do setor público, no palco Brasil Que Cuida, nesta terça-feira (29), primeiro dia da 10ª edição do maior evento de inovação pública da América Latina.
Além das soluções, a docente também contou exemplos práticos e atuais do uso da inteligência artificial (IA) e os riscos e oportunidades dessa automação na prestação dos serviços da administração pública.
Em linhas gerais, a professora indicou a necessidade da mudança de postura e do redimensionamento do design para processos mais inclusivos e sistemas integrados que convidem pessoas a mudarem o jogo, especialmente aquelas consideradas parte da minoria.
“Não podemos criar design sem ponto de fricção. É preciso expandir o sistema para maior flexibilidade. Criar designs mais resilientes e adaptáveis”, avaliou a professora ao confirmar que aqueles que não fazem parte da base de clientes também trabalham como codesigners no processo.
Segurança frágil
O uso da mecanização também pode ser prejudicial para minorias, segundo a docente da universidade canadense, que acabam trocando a própria segurança pela oferta do serviço. Ela contou que pesquisas atuais já constatam, por exemplo, o aumento de mortes e doenças relacionadas a tratamento e não às doenças propriamente devido ao uso da medicina baseada em evidências.
Ainda não criamos, de acordo com a professora, formas de nos recuperarmos do mau uso da ferramenta (IA). “Pensamos em como proteger a privacidade, mas não sobre o que fazer em caso de vazamento de dados”, disse.
Jutta concluiu que a inteligência artificial tem amplificado e acelerado o caminho da sociedade como um espelho, mas questionou se é isso mesmo que queremos. “Será que queremos ir nessa direção e ainda mais rápido?”, indagou. A professora também deixou a reflexão sobre inovação: “problemas complexos precisam de novos sistemas para a mudança conforme o contexto, a realidade”.
Sobre a Semana de Inovação
A Semana de Inovação 2024 é realizada pela Enap, em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Ministério das Mulheres e o Tribunal de Contas da União (TCU), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e tem patrocínio de Petrobras, Itaipu Binacional, Instituto Unibanco, Microsoft, IBM/TD Synnex, Fundação Lemann, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), CGI.br, Serpro, Dataprev, Caixa e Governo Federal.
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