Participantes de oficina da Semana de Inovação 2024 puderam refletir sobre decisões relacionadas a casos de agressão

 A oficina "Violência contra a mulher: no lugar dela", conduzida pelas médicas Karina Calife e Marta Campagnoni, trouxe um espaço de reflexão e sensibilização a respeito do tema. A atividade teve como objetivo debater a complexidade que envolve a violência contra as mulheres e a necessidade de um acolhimento mais empático e informado pelos agentes públicos. A oficina, realizada na tarde desta terça-feira, 29 de outubro, foi parte da programação do primeiro dia da 10ª Semana de inovação, promovido pela Enap, em sua sede, em Brasília.

Durante a oficina, foi promovida uma dinâmica interativa, em que os participantes se organizaram em duplas e analisaram histórias de mulheres que sofreram violência, refletindo sobre os possíveis desfechos e tomando decisões a respeito de cada uma das situações. Cada dupla compartilhou como se sentiu ao tomar essas decisões. Segundo Karina, a dinâmica buscou aproximar os participantes da vivência de quem passa por situações de violência, desmistificando a ideia de que a solução é simples ou unidimensional.

Após a dinâmica, foram apresentados dados que mostram como mulheres vítimas de violência têm maior propensão a adoecer mental e fisicamente, enfrentando problemas como depressão, dependência química e doenças psicossomáticas. As médicas ressaltaram que essa realidade exige que gestores públicos estejam atentos e sensibilizados, compreendendo as complexidades da violência de gênero.

“Violência é um tema complexo, pois envolve diferentes vivências e interpretações”, destacou Marta. “A violência começa de forma sutil e aumenta em intensidade e frequência. O papel dos gestores é acolher, não julgar”, afirmou Marta.

Karina salientou a necessidade de entender como o patriarcado se camufla em atitudes e comportamentos cotidianos, que muitas vezes são interpretados de forma inofensiva. Ela ressaltou que, em muitos casos, o agressor pode parecer um "bom sujeito", o que torna ainda mais difícil para a vítima romper o ciclo de violência.

Marta destacou que as redes de apoio entre mulheres e o fortalecimento da sororidade são essenciais para romper o ciclo de opressão. “De cada 10 mulheres, sete já passaram por situações de violência. Por isso, é fundamental que, enquanto gestores, possamos oferecer acolhimento sem julgamentos e orientações claras sobre recursos de apoio”, disse ela.

Além da sensibilização, a oficina trouxe orientações práticas aos gestores públicos, destacando a importância do apoio a mulheres agredidas para que se sintam seguras ao denunciar e buscar ajuda. As palestrantes enfatizaram que o serviço de saúde deve ser um espaço acolhedor e fornecer informações importantes, como o acesso à pílula do dia seguinte para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.

Sobre a Semana de Inovação

A Semana de Inovação 2024 é realizada pela Enap, em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Ministério das Mulheres e o Tribunal de Contas da União (TCU), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e tem patrocínio de Petrobras, Itaipu Binacional, Instituto Unibanco, Microsoft, IBM/TD Synnex, Fundação Lemann, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), CGI.br, Serpro, Dataprev, Caixa e Governo Federal.

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